Era o fim do sonho europeu.
Como um animal preso numa linha férrea
eu queria que a figura da morte fosse dita
que te atravessasse a parte plena das artérias
e que algo amanhecesse ao mesmo tempo
como amanhece um pavor alegremente
dos lábios, da terra, dos espaços em branco
do interdito e da flor insólita das penínsulas
eu queria poder voltar a unir os continentes
neste poema.
E deixar os rios apenas a pairar
no fogo das florestas
como alguns sorrisos para
no momento de existir.
andré domingues
nervo/2
colectivo de poesia
janeiro/abril 2018
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