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Nascia um potro sob as folhas de
bronze. Um homem pôs bagas amargas nas nossas mãos. Estrangeiro. Que passava. E
eis que chegam rumores de outras províncias para meu agrado. «Eu vos saúdo,
minha filha, sob a maior árvore do ano.»
*
Pois o sol entra em Leão e o
estrangeiro pôs o dedo na boca dos mortos. Estrangeiro. Que ria. E que nos fala
de uma erva. Ah! que arejamento nas províncias! Que descontracção nas nossas
vias! como o trompete me delicia, e a sábia pluma no escândalo da asa!...
«Minha alma, mulher feita, tínheis modos que não são os nossos.»
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Nasceu um potro sob as folhas de
bronze. Um homem pôs estas bagas amargas nas nossas mãos. Estrangeiro. Que passava.
E eis um grande rumor numa árvore de bronze. Betume e rosas, dom do canto! Flautas
e trovoada pêlos quartos! Ah! quanta descontracção nas nossas vias, ah! quantas
histórias ao ano, e o Estrangeiro com os seus modos por todos os caminhos da
terra!... «Eu vos saúdo, minha filha, sob o mais belo vestido do ano.»
saint-john perse
habitarei o meu nome
antologia
tradução de joão moita
assírio & alvim
2016
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