Sobrevivo com uma pinga de água.
Um olhar de quem passa dá e sobra
muitos meses, um sorriso me basta
para reverdecer por longos anos
─ a minha copa
foi feita de sonho
e de coisas exactas e tão negras
como pequeno bago de azeitona.
Sinais minúsculos e trespassados
de luz na cerração densa da morte.
Vi romanos, e moiros, e judeus:
o par de mansos olhos do Cordeiro
no meu tronco perdura até ao fim.
josé antónio almeida
rumo
a poesia em 2009
assírio & alvim
2010
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