Não muita vez nos vemos, mas, se
poucos
amigos há para falar
dos quais me sirvo de relâmpagos,
de todos
é ele o que melhor vai com a
minha fome.
Os dedos com que me tocou
persistem sob a pele, onde a
memória os move.
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
o suor os traz consigo da
memória, que não tenho
na pele poro através
do qual eles não procurem
sair quando transpiro. A pele é o
espelho da memória.
luís miguel nava
poesia completa (1979-1994)
onde: a nudez
publicações dom quixote
2002
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