Inútil! Calmaria. Já colheram
As velas. As bandeiras sossegaram,
Que tão altas nos topes tremularam,
– Gaivotas que a voar desfaleceram.
(Velhos ritmos que as ondas embalaram).
Que cilada que os ventos me armaram!
A que foi que tão longe nos trouxeram?
Vem outra vez abençoar o mar,
Vem-nos guiar sobre a planície azul.
Da luz, do Bem, doce clarão irreal.
Olhai! Parece o Cruzeiro do Sul!
Vem conduzir as naus, as caravelas,
Outra vez, pela noite, na ardentia,
Avivada das quilhas. Dir-se-ia
Irmos arando em um montão de estrelas.
Cuja brancura, rútila de dia,
O luar dulcifica. Feeria
Do luar não mais deixes de envolve-las!
Que do além vapora, luminosa,
E à noite lactescendo, onde, quietas,
– Almas tristes, severas, resignadas,
De guerreiros, de santos, de poetas.
clepsidra
1920