Chegarás enfim numa tarde
azul. Dir-me-ás que estou velho,
na minha funcionalidade sufocante
de quem viu apenas o caminho como ele pode ser.
Dir-me-ás para beber menos,
que outros, outros, os outros.
Muitos ficaram na sociopatia normal dos cafés
de onde me escrevias nos guardanapos
que sempre esquecias, embalavas, que nem
sempre existiram,
por entre todos os homens que beijaste.
Dir-me-ás ______________
E devolver-me-ás os livros, as respostas
e as palavras que deixei nos teus cabelos,
porque nunca sequer bastou escrever
o mais sublime poema de amor.
Sabíamos desde o início que nada ficaria, e
ainda assim:
- não se
pode recusar nunca o sofrimento.
nuno
livro de visitas
díptico
ed. do autor
2019