Mostrar mensagens com a etiqueta juan manuel bonet. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta juan manuel bonet. Mostrar todas as mensagens

10 outubro 2023

juan manuel bonet / não tenhas medo

 
 
 
Pelo corredor avança a penumbra,
umas formas que parecem fantasmas.
Mas não tenhas medo, não são espíritos maus.
São apenas duendes brincalhões
cujo ser se dissolve na música
do piano vizinho ou na canção
de um rio do teu país, que lembres
fechando os olhos. Não, não tenhas medo,
eu acenderei a lâmpada e ir-se-ão.
 
 
 
juan manuel bonet
poesia espanhola de agora volume I
trad. de joaquim manuel magalhães
relógio d´água
1997





30 junho 2023

juan manuel bonet / escrever

 
 
Escrever – como se nada fosse importante –
o simples passar das horas
sentado na esplanada de um café
de uma província espanhola.
Escrever, como se estivesse escrito
que o ruído dessas chávenas no mármore
tivesse que passar o arroio límpido
de uns versos.
Escrever, como se nada fosse.
 
 
 
juan manuel bonet
poesia espanhola de agora volume I
trad. de joaquim manuel magalhães
relógio d´água
1997




01 junho 2022

juan manuel bonet / chuva de junho

 
 
Chuva de junho sobre as acácias,
sobre a dor de que não estejas
aqui nesta cama comigo,
sobre o céu mais cor de chumbo
que de neve. Chuva de junho, que
fica tão bem num poema,
mas na vida não.
 
 
 
juan manuel bonet
poesia espanhola de agora volume I
trad. de joaquim manuel magalhães
relógio d´água
1997