09 novembro 2023

jorge velhote / fria é a água na escuridão

 





 
.13.
 
Há uma árvore. Ignoras o seu nome
 
ou o vento que faísca nos seus ramos
 
como um braço contra a morte.
 
Há a água. Subitamente despedindo
 
contra o vento os caminhos
 
o canto altíssimo das aves.
 
E nos teus pulmões germina uma palavra
 
como um testamento – uma página
 
cerzindo a fotografia
 
de uma bala.
 
 
 
jorge velhote
âmago
edições sem nome
2018
 





1 comentário:

El Sentir del Poeta disse...

Jorge, bello poema.
Un placer leerte.
Cariños