que está sempre latente em cada verso
e nunca acontece e não acontecendo
gera o poema que se escreve
que vem sempre por trás e vai adiante
e o seu tremor é o ritmo das sílabas escritas
e é um sangue escuro que obscurece e vivifica o sentido
esse primeiro poema e porque não o escreve
sente que nunca escreveu nenhum poema
e vive de estar sempre à beira do escrever
é esse estremecimento de uma sombra que deslumbra
porque tem em si o fogo inicial do gérmen
em permanente iminência sob as palavras que o procuram
hífen 8 janeiro / 1994
cadernos semestrais de poesia
artes poéticas
1994
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