abriguei os dedos, a caruma das estrelas,
brancas pombas.
entardecia coalhando o azul de uns olhos que vindimavam
o sangue, o irisado da alma:
[dos segredos,
A verdade dos sorrisos.
Por furtivos pomares, inquietos canaviais,
o corpo escondemos, os relâmpagos,
mágoas de silêncio –, prudentíssimas labaredas.
a erva. Penumbras de sombra a cada passo setembro
mordia de luz, modulava a ternura, intensamente.
Pelos campos, entre o íntimo perfume das vozes, um arado de loucura,
uma lágrima de engenhar sulcos, sementes, folhas, gomos de água,
galhos de melancolia,
a literária morte: o labirinto fulgurante de um versátil estilo
de aprendizagem desmedida.
um ramo de chuva, um jardim
de macerados lábios
colóquio letras nr. 90
março 1986
fundação calouste gulbenkian
1986