que não tem sentido a vida se a pensares.
Não é, porém, um fim o que eu procuro,
qualquer explicação ou uma promessa,
mas sim estar aqui e à deriva,
uma garrafa que na praia
aguarda a maré, nenhum caminho ou ansiedade,
o completo abandono sobre a água,
no mar, sendo parte das ondas
unicamente, a absoluta plenitude no oceano,
não a venda que a vossa meta põe nos meus olhos
pois esse fim pressupõe uma renúncia.
Nada parece alheio se respira,
mas não te enganes, o absurdo só existe
a partir da aceitação de um paraíso imaginado.
poesia espanhola de agora II
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água
1997
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