As folhas trágicas veias
podem cair
Fechemos os olhos dentro
o sulco humilde de nós
quando o mar em cinza desvendar
as plumas inúteis das gaivotas
quando a espuma depuser velas
longínquas sobre a areia
e das pontes cair o derradeiro homem
as janelas absortas mortalhas de luz
quando o luto marcar ancas verdadeiras
o escasso momento de nós?
insatisfeitas e límpidas
nascentes
no ar um tempo frustre
a sequência dos sons
perdidos nos degraus
e nós, nascidos
a noite vertebrada
poesia
assírio & alvim
1993
Sem comentários:
Enviar um comentário