desconsolado eu deambulava
frente a uma fábrica de tanques
e sentei-me num banco
junto à baiuca do agulheiro.
a estrada asfaltada
– a assombrosa flor do feno
pensei eu – tinha um
negro caule crestado e uma
corola de espinhos sujos
amarelados como polegadas
da coroa de Jesus e um tufo
de algodão seco e manchado
no meio tal pincel de barba
usado que jazesse soterrado
há um ano na garagem.
flor da indústria,
dura flor aguçada e feia,
e ainda assim flor,
com a forma da grande Rosa
amarelo dentro da cabeça!
É esta a flor do Mundo.
uivo e outros poemas
trad. margarida vale de gato
relógio d’ água
2014
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