que estás aqui, por detrás
de uma frágil parede de ladrilhos e de cal, ao alcance
da minha voz, se te chamasse.
Mas não, não te vou chamar.
Chamar-te-ei amanhã,
quando, ao deixar de te ver,
me imagine que continuas
aqui ao pé, a meu lado,
e que basta hoje a voz
que ontem não quis pronunciar.
Amanhã… quando lá
estiveres, por detrás de uma
frágil parede de ventos,
de céus e de tempo.
transversões
poemas reescritos em português
por zetho cunha gonçalves
contracapa
2021
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