como um elemento de revelação
atento nestas mãos abertas
e anseio por tudo o que nelas
se esconde
veredictos sobre a antiquíssima
eternidade
persigo a sombra do rumor
que se semeia a si próprio
e nos espera de faca na mão
sempre que o coração tropeça
ou a voz se perde
num corpo tão antigo
poços por entre os pés
cortando as linhas de água
do nosso deserto
mais intimo e extenso
tambor surdo e cego
rente à estrada abandonada
do passado, rente ao mar
que nos salgou o desejo
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