III
A palavra Revolução.
Encontrei-a anónima nos olhos dos pobres,
nas barricadas dos livros,
no ódio à palavra guilhotina
– sim, havemos de arrombar as portas que só nós vemos nos
[ muros.
A palavra Revolução.
Encontre-a no salto fértil da morte para o sonho,
na manhã arrancada com mãos de sangue da noite,
na sensação de que tudo nos sai dos dedos
– até a dinamite do luar.
Encontrei-a
na esperança dos homens
a construírem novos segredos
com lágrimas e areia
– para a palavra Deus decifrar.
josé gomes ferreira
poesia V
memória – II 1959
portugália
1973
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