Eu não falo do sol, mas da lua
que ilumina eternamente este poema
onde um bando de crianças corre perseguido pelos lobos
e o verso entoa um hino ao pus.
Oh, amor impuro! Amor das sílabas e das letras
que destroem o mundo, que o livram
de ser verdadeiro, de estar aí para nada,
como um regato
que não reflecte a minha imagem,
espelho do vampiro
daquele que, de dentro da página
vai chupar o teu sangue, leitor
e convertê-lo em lágrima e em nada:
e fazer-te comungar com o aço.
leopoldo maría panero
a canção do croupier do
mississípi e outros poemas
trad. jorge melícias
antígona
2019
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