29 dezembro 2019

eugénio de andrade / sobre o linho




     Desse céu de camponeses trouxe o azul, o azul limpo do linho, o azul branco. Aqui o estendo, onde a noite é mais dura (exactamente como outrora na ribeira mulheres antiquíssimas estendiam a roupa pelas pedras da manhã) e nele me deito. Pudesse eu, como elas, agora dormir tranquilo, a tarefa cumprida.


eugénio de andrade
memória doutro rio
poesia
fundação eugénio de andrade
2000













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