14 agosto 2019

gil t. sousa / aguarela




a beleza da árvore
que finge seguir o vento
quando ele passa

e os muros caiados
que guardam o sol
para quando nos falta

a água fresca
a respiração da janela larga
sobre o campo

e este caminho
que cresce tanto
até ser estrada

as mãos ainda abertas
para os frutos
e para as flores

os pássaros e o mundo
o tempo a rasgar-se
no corpo

no meu, no teu corpo




gil t. sousa
desertos






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