a beleza da árvore
que finge seguir o vento
quando ele passa
e os muros caiados
que guardam o sol
para quando nos falta
a água fresca
a respiração da janela larga
sobre o campo
e este caminho
que cresce tanto
até ser estrada
as mãos ainda abertas
para os frutos
e para as flores
os pássaros e o mundo
o tempo a rasgar-se
no corpo
no meu, no teu corpo
gil t. sousa
desertos