18 agosto 2019

manuel cintra / tenho no peito da memória



                                                                                                                                                             à Catarina






Tenho no peito da memória os vincos do levantar, a voz dela, os pés pequenos a não querer entrar nos sapatos do dia. Depois imagino-te, mão grande naquela mão pequena, a tentar que prometes. E ela finge que sorri, tem uma dor escondida que te vás embora. Até logo mãe, ou então menos,


um beijo rijo de silêncio no ar injusto da manhã




manuel cintra
do lado de dentro
editorial presença
1981







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