10 outubro 2017

sylvia plath / nódoa negra




A cor converge para esse sítio, de um arroxeado mortiço.
O resto do corpo fica todo descolorido,
De cor pérola.

Numa gruta cavada na rocha
O mar suga obsessivamente
Uma cavidade, o ponto central de todo o mar.

Do tamanho de uma mosca
A marca do destino
Arrasta-se pela parede abaixo.

O coração fecha-se,
O mar recua,
Os espelhos são tapados.



sylvia plath
ariel
trad. maria fernanda borges
relógio d´ água
1996




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