Em todas as
ruas te encontro
em todas as
ruas te perco
conheço tão
bem o teu corpo
sonhei tanto
a tua figura
que é de
olhos fechados que eu ando -
a delimitar a
tua altura
e bebo a água
e sorvo o ar
que te
atravessou a cintura
tanto tão
perto tão real
que o meu
corpo se transfigura
e toca o seu
próprio elemento
num corpo que
já não é seu
num rio que
desapareceu
onde um braço
teu me procura
Em todas as
ruas te encontro
em todas as
ruas te perco
mário cesariny
pena capital
assírio &
alvim
1982
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