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virava todo o meu sentir para o mar
quando no medo dos míticos promontórios
se rasgou a oceânica visão… a ânsia de partir
remotas eram as constelações que consultara
os rostos traziam a brancura queimada das velas
eram palavras segredadas lendas de feras
que os dedos e a matemática já tinham assinalado nos mapas
a vida da selva a flora mole dos pântanos
os costumes tribais dos arquipélagos
a prata das planícies o mistério de caudalosos rios
a tempestade sacudia o granito
da sua imobilidade surgiam estes sinais transparentes
estes animais cuja pelagem de ouro a noite corroeu
e os passos alucinados pelas lajes do porto
ressoavam no medo… medo que o mar o acorde
e descubra que não existe mar nenhum
por fim atacaram-no as febres
as febres da alba com perfume a violeta
as febres que iluminam os sentidos
e alimentam o surdo canto dos loucos e dos búzios
al berto
salsugem
o medo
assírio & alvim
1997