Eram estas as flores que eu abraçava
e que entrevia em zonas de mais luz
ou em simples requebros onde a voz,
pousada e quase trémula,
seguia na inflexão de ser inúmero
o vulto das ameixas, o voluptuoso
ondeio de fenos e searas,
e o parco mover do sobro
e das palmeiras.
ao frémito dos ombros, ao roçagar
de lábios e cabelos,
ao sagaz alvoroço dos teus dedos
e à rajada final (intrépida, desmedida)
de um pássaro febril, indominável.
relâmpago nº. 13 / 10.2003
revista de poesia
fundação luís miguel nava
2003
1 comentário:
Belíssimo.
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