mesmo à beira do lago,
geralmente dispostas em pares indicando que um casal
a água ou para as grandes árvores frondosas.
O problema é que nunca se vê ninguém
embora a dada altura deva ter parecido
um bom lugar para parar e não fazer nada por um momento.
entre as cadeiras onde ninguém
deixou um copo pousado ou um livro com a capa para baixo.
mas suponhamos haver um dia
em que todos os que colocaram essas cadeiras vagas
nem que fosse para se lembrarem
daquilo que achavam que valia a pena
lado a lado com uma mesa pelo meio.
As nuvens estariam altas e imponentes nesse dia.
O homem toma um gole da sua bebida.
E ouve-se apenas o som do seu olhar,
depois de outro, gritos de alegria ou de aflição —
o tempo vai passando enquanto se percebe qual.
amor universal
trad. ricardo marques
averno
2014
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