De que céu caído,
oh insólito,
imóvel solitário na onda do tempo?
És a duração,
o tempo que amadurece
num instante enorme, diáfano:
flecha no ar,
branco embelezado
e espaço já sem memória de flecha.
Dia feito de tempo e de vazio:
desabitas-me, apagas
meu nome e o que sou,
enchendo-me de ti: luz, nada.
E flutuo, já sem mim, pura existência.
octavio paz
antologia
poética
liberdade sob
palavra (1935-1957)
trad. luís pignatelli
publicações dom quixote
1984
1 comentário:
sei que o tempo não discorda, mas só enaltece!
Abraço
isaias
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