Um gato que mia na noite antes de morrer,
um gato que mia, o seu histérico adeus.
Que segredo, que estranho e banal mistério
a vida nos oculta nesse grito atroz?
Como olhar depois o seu lugar na sombra,
as unhas da morte, a pele da impotência?
Tantos anos a partilhar o destino
que é agora uma cesta vazia,
derrotados arranhões, uns olhos apagados,
o absurdo de tudo, enigmas e despedidas.
juan luis panero
poemas
trad. joaquim manuel magalhães
relógio d´água
2003
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