De tanto olhar o sol, queimei os olhos.
De tanto amar a vida, enlouqueci.
Agora sou no mundo esta negrura,
À procura
Da luz e do juízo que perdi.
Cego, tacteio em vão a claridade;
Louco, cuspo no rosto da razão;
E deambulo assim
Dentro de mim,
Negação a negar a negação.
miguel torga
câmara ardente
1962
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