Tinha os olhos abertos, mas não via.
O corpo todo era saudade
de alguém que o modelara e não sabia
que o tocara de maio e claridade.
Parava o seu gesto onde pára tudo:
no mistério das coisas por saber;
e ficara surdo e cego e mudo
para que tudo fosse grave no seu ser
eugénio de andrade
sião
organização e notas de
al berto, paulo da costa domingos e rui baião
lisboa
1987
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