Tive em miúdo uma doença
E fome e medo. Grossas escamas
soltando-se
Dos lábios, que eu humedecia.
Nunca esqueci
Esse sabor, salgado e frio.
Mas não parava de andar, andar,
andar.
Sentava-me nos degraus do
alpendre ao sol,
Caminhava no meu modo leve como
se dançasse
A melodia do caçador de ratos, no
rio. Sentava-me
Ao sol nos degraus, a tiritar,
E a mãe vinha ali, acenando,
parecia
Tão perto, e eu sem poder
tocar-lhe:
Movo-me para ela, que sete
degraus acima
Acena; movo-me para ela, que
acena
Sete degraus acima.
arsenii tarkovskii
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versão de paulo da costa domingos
assírio & alvim
1987
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