no regresso
encontrei aqueles
que haviam
estendido o sedento corpo
sobre
infindáveis areias
tinham os
gestos lentos das feras amansadas
e o mar
iluminava-lhes as máscaras
esculpidas
pelo dedo errante da noite
prendiam sóis
nos cabelos entrançados
lentamente
moldavam o
rosto lívido como um osso
mas estavam
vivos quando lhes toquei
depois
a solidão
transformou-os de novo em dor
e nenhum quis
pernoitar na respiração
do lume
ofereci-lhe
mel e ensinei-os a escutar
a flor que
murcha no estremecer da luz
levei-os
comigo
até onde o
perfume insensato de um poema
os transmudou
em remota e resignada ausência
al berto
o medo
assírio &
alvim
1997
Sem comentários:
Enviar um comentário