numa falésia de silêncio
há um colar de palavras a arder
todos os ventos amargos
vieram morar na minha cabeça
morrem-me nos lábios
um a um
os verbos mais belos
que demoradamente se extinguem
e te arrastam
levam-te de mim
como se fosses todo o verde
que havia num deserto
e eu ergo esta saudade
para não te perder
na crueldade de Dezembro
a construo
porque nenhum outro tempo
te pode incluir
gil t. sousa
poemas
2001
5 comentários:
excelente ritmo
sentido, abafado e silencioso
morrem mesmo os verbos.
"numa falésia de silêncio
há um colar de palavras a arder"
gostei muito.
E eu me levanto pra te aplaudir!!!!
E eu me abaixo pra te venerar!!!
MARAVILHOSO isso, Gil!
Posso citar (com os devidos créditos, claro) esse poema no meu blog?
Aguardo autorização ou recusa.
De qualquer maneira, parabéns!
Me tocou profundamente!
Beijos
Gil...
Respondendo ao teu comentário:
E que alma!!!!!!
Beijuca
Bom poema, bom poeta...
não conhecia. parabéns.
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