Mostrar mensagens com a etiqueta manuel francisco t.. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta manuel francisco t.. Mostrar todas as mensagens

13 fevereiro 2023

manuel francisco t. / fevereiro, 9



 

Visitam capelas no nevoeiro
a manhã assim os aconselha na
margem de rios gelados os santos a eles
se assemelham recolhidos restos na talha.
 
O calção do menino, a espia doce
que cais conhecem a biografia do
sonho: três poemas, um dia
de chuva nevoeiro pedras sob a pele
 
Visitam túmulos quando acordam.
Os anjos assim os resguardam os círios
a toalha e uma nudez de fra angelico
 
quando já homem à terra se dispôs
a cair para conhecer o lento
carvão da alma, dias de fevereiro
 
 
 
manuel francisco t.
colóquio letras 113-114
fundação calouste gulbenkian
1990


 


16 agosto 2017

manuel francisco t. / vibram as túlipas, os meninos




Vibram as túlipas nos canaviais
Que sabem as tul do que as faz vibrar?
Deus esquece o que dispôs no banco
De mármore do jardim do império

Escreveu a morte renasce muitas vezes
Nada quer dizer as túlipas o brasão
Do silêncio e as estátuas que comandam
A descida às neves, grutas e deuses

Para lá de Belém continuam a nascer
Os meninos que sabem das túlipas
Horóscopos da paixão, pentecoste

De pequenos melros. Deus os ajude
No seu  esquecimento a ao meu menino
O traga bem, o calção de veludo, etc.




manuel francisco t.
colóquio letras 113-114
fundação calouste gulbenkian
1990







04 novembro 2010

manuel francisco t. / não te esqueces?




















veneza é um peixe obscuro
inventado por ticianos náufragos.
a peste ensinou-nos na pele ver
a última tela víbora imagem

do bispo. em gelos esquecidas
ardem estas estátuas o corpo
veneziano, peixe que em
nós se instala.

deixa-o vir, disse. a espia doce
aceitou no hotel dês avenirs
refúgio gnóstico d´enviados espaciais.

deixa, sim, um aeroplano destes tudo
será, raiz e lenta lágrima, ele
em jardins saberá. eu digo-lhe.







manuel francisco t.
colóquio letras 113-114
fundação calouste gulbenkian
1990