Passo bem com a tempestade
embora esteja claro que, no final, me destruirá
e terei que reconstruir-me com o que restar na praia, madeira,
caracóis, fogueiras apagadas
e animais que já não sabem se são da terra, do ar ou do mar.
Já não seria eu, é claro, terias que ter um pouco de paciência,
poderias descarrilar-me com um beijo
ou engasgar-me com um rolo de sushi. Nada de grave: o pior
que poderia acontecer era não me lembrar que me amas.
Porque nenhuma tempestade me fará esquecer que te amo.
josé maría zonta
tradução de élia calvo
nervo/1
colectivo de poesia
janeiro/abril 2018
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