invejai-me!
no Dia do Grande Ruído
quando se escancaram na terra
as Portas de Bronze
para todos os recomeços…
caminhos de garras
para obrigar as sombras dos homens a erguerem-se no êxtase
de morrer de pá!
nesta paisagem de bocejos
e estrelas estagnadas
onde só há cegos
presos na própria noite
aos tombos de declive…
– sem ao menos suspeitarem
de que anda uma nova Morte pelo mundo!
nesta primavera de cadáveres
tão contentes de terra
que até beijam as raízes
para que as flores dos outros
nasçam mais límpidas
nas manhãs do sol múrmuro a espreguiçar-se no vento
das planícies…
poesia II
invasão 1940-1941
portugália
1962
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