Na fábrica da angústia,
onde jazem raciocínios
ditos científicos e os arranjos
convenientes ao lucro,
molda-se o sossego dos tribunais
na divisão das famílias.
¡O horror, a infâmia, a ordem
e as suas manobras, que sujam
a luminosa manhã da loba,
seu grito encurralado por injúrias,
leve-os o Diabo e escolha!
Na fábrica de cega ceifa
fecha-se os olhos ao veneno
moral dos broncos que olham,
roídos, por cima do ombro.
Expulsa do lugar onde reina
a ganância, o ruído e o ciúme
vai formosa e não segura: a Beleza.
Na luminosa manhã há que ouvir
O sussurro suave de passos, ou…
Nada.
paulo da costa domingos
a céu aberto
averno
2017
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