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Com o dedo escreves
no vidro molhado
uma palavra indecifrável
Às oito e meia da manhã
na cidade apressada
ninguém a pode ver
Mas quem ouve o segredo
desse arabesco de árvore
já não vai ao emprego
Fica tonto a olhar
enternecidamente
tudo e nada
mesmo sem entender
mário dionísio
poesia completa
memória dum pintor desconhecido
(1965)
imprensa nacional-casa da moeda
2016
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