15 junho 2020

mia couto / tristeza



A minha tristeza
não é a do lavrador sem terra.

A minha tristeza
é a do astrónomo cego.



mia couto
tradutor de chuvas
caminho
2013













1 comentário:

Porventura escrevo disse...

Para quem escreve poesia, acho eu, esta é uma dicotomia interessante.
Ou ir pelo caminho mais fácil, e ao mesmo tempo mais complicado, e limitar-se a juntar uma data de palavras bonitas, sobvre amores fatais ou tristezas sem fim, e arriscar-se a não fazer sentido nenhum, ou conseguir explicar sentimentos, ideias, principios de vida, teorias políticas, numa linguagem que as pessoas percebam, mas ao mesmo tempo seja diferente do corriqueiro.

É difricil manter um equilibrio entre as duas tendnecias.
Isto para a dizer que o Mia Couto consegue, claro:-)