06 janeiro 2020

mário cláudio / orvieto, 15.9.86



tiago manuel


Orvieto, 15.9.86

Na máscara de um etrusco se transformava, às vezes. Brilhava no bronze que o poente tingia, a cada instante se esfarelando. Era um grito de guerra, o estertor da posse consumada. Adiava-se por terrenos semeados, necrópoles acabadas de exumar, vindimas de mosto e sangue. Dele se contava que havia conhecido a alegria mortuária, o gesto pequeno com que ao além se transita. Bastava isso à respiração, em sua companhia viajávamos nas galerias da terra.



mário cláudio
hífen 1 out. 87/ mar. 88
cadernos semestrais de poesia
1987








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