tiago manuel |
Orvieto, 15.9.86
Na máscara de um etrusco se transformava, às vezes.
Brilhava no bronze que o poente tingia, a cada instante se esfarelando. Era um
grito de guerra, o estertor da posse consumada. Adiava-se por terrenos
semeados, necrópoles acabadas de exumar, vindimas de mosto e sangue. Dele se
contava que havia conhecido a alegria mortuária, o gesto pequeno com que ao
além se transita. Bastava isso à respiração, em sua companhia viajávamos nas
galerias da terra.
mário cláudio
hífen 1 out. 87/ mar. 88
cadernos semestrais de poesia
1987