09 janeiro 2018

ana marques gastão / não há lugar para mim



Não há lugar para mim
neste país de Inverno.
As mães cegaram em seus ventres
e cada homem abandona
a juventude na cidade ácida.

Tínhamos o movimento da Terra
e eu compreendia as coisas
como se absorve a luz com os olhos.
Existiam as tuas mãos.


de Terra sem Mãe





ana marques gastão
anos  90 e agora
uma antologia da nova poesia portuguesa
quasi
2001







Sem comentários: