A minha mágoa é o meu castelo senhorial, que, tal
como um ninho de águia, fica bem lá no alto, no cume das montanhas, entre as
nuvens. Ninguém pode tomá-lo de assalto. De lá voo, descendo sobre a realidade
e apanho a minha presa. Mas não fico lá em baixo – trago a minha presa para
casa e essa presa é uma imagem que eu teço nas tapeçarias do meu castelo. Então,
vivo como um morto. Tudo aquilo que é vivido mergulho-o no baptismo do
esquecimento, para a eternidade da recordação. Todo o finito e casual é
esquecido e apagado. Então, fico pensativamente sentado, como um velho homem
grisalho, e explico as imagens em voz suave, quase sussurrante, e ao meu lado
está sentada uma criança e escuta-me, apesar de se lembrar de tudo antes de eu
lho contar.
s.
kierkegaard
diapsalmata
assírio & alvim
2011
2 comentários:
Kierkegaardiano sou.
Sua mágoa é como uma maré de poesia
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