19 outubro 2015

josé carlos ary dos santos / da condição humana



Todos sofremos.
O mesmo ferro oculto
Nos rasga e nos estilhaça a carne exposta.
O mesmo sal nos queima os olhos vivos.
Em todos dorme
A humanidade que nos foi imposta.
Onde nos encontramos, divergimos.
É por sermos iguais que nos esquecemos
Que foi  do mesmo sangue,
Que foi do mesmo ventre que surgimos.



ary dos santos
vinte anos de poesia
a liturgia do sangue 1963
círculo de leitores
1983



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