Escoa-se o tempo
na clepsidra verde-rubra
gota a gota
na cirurgia das horas.
Um pano vermelho
flutua no templo
iluminado
por estrelas
cor de milho.
O pão atenua
a fome de incertezas
fermentam-se esperanças
à mesa de jantar
à luz do luar.
A eternidade
custa a passar
na hora da transição
da tradição.
Caixeiros-viajantes
vendem quimeras
ao entardecer
dos raios solares.
No fio do escuro a clepsidra
muda de cor.
Começa a viagem
sem retorno.
fernando martins mendes
hotel lisboa
papiro editora
2007
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