Para que os teus dois seios sejam duas pombas brancas
e eu seja para ti o dono do pombal
para que o teu pombal seja nas tuas ancas
e eu o teu senhor matinal
Para que te a manhã te seja nos teus seios
e as tuas pombas brancas fiquem da cor de mulher
para que as tuas ancas já sejam as tuas ancas
e o teu pombal uma metáfora qualquer
Para que te eu o grão de todas as manhãs
de todas as manhãs a te distribuir
para que as tuas pombas voem do pombal
e todas as manhãs assim me distrair
Para que os teus dois seios as tuas pombas brancas
que o teu senhor há-de afagar
por ti e sobre ti e sobre as tuas ancas
o teu senhor te há-de amar.
antónio gancho
o ar da manhã
assírio & alvim
1995
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