16 janeiro 2012

albano martins / o nome da ausência




O sótão: era ali
que o mundo começava. Ainda
não sabias, então,
quantas letras te seriam
necessárias para soletrar
o alfabeto dos dias, para encher
a tua caixa
de música, a tua concha
de areia. E ainda
o não sabes hoje. Com cinza
nada se escreve a não ser
as vogais do silêncio. E este
é o nome que se dá à ausência,
quando a noite e a poeira
dos astros pousam
sobre a ranhura dos olhos.





albano martins
escrito a vermelho
campo das letras
1999




2 comentários:

fernanda disse...

Gosto muito

Elisa Zambenedetti disse...

Belíssimas metáforas!
Beijos.