A tarde cai e nós aqui à espera.
Estamos aqui á escuta. Mas que esperamos nós?
Que antigas são as casas! Como é distante
a cidade, esses rumores, a lua...
No desfazer da tarde o ar suspende-se
e como que se esconde no reflexo das nuvens
o que entre nós perpassa ao olhar as caras...
O poeta pensa e, débil, sua voz
fala de qualquer coisa que já foi.
Mas que esperamos nós? Porque estamos à escuta?
Redonda, a lua sobre Milão se mira
e grava memória o ar sobre as nossas faces.
franco loi
memória
colecção poetas em mateus
trad. rosa alice branco
quetzal
1993
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