Os navios para o porto navegam;
os trens trafegam para as estações.
Assim eu, tão mais depressa
– afinal, eu amos! –
para ti, minha desembocadura, sou entregue.
O cavaleiro avaro de Pushkin
adorando seu ouro no porão
cava e enterra.
Assim eu
para ti, minha amada, regresso.
Meu coração aí está
e minha adoração é essa.
Ao regressar à casa estamos contentes –
nos lavamos, fazemos a barba.
Assim eu
Para ti regresso –
acaso para ti indo
não estou voltando para casa?
São, as criaturas terrestres,
recolhidas para o seio da terra;
progredimos para lá
onde tudo começa.
Assim eu
por ti
sou tragado continuamente –
mal nos separamos
é em ti que se acaba.
vladimir maiakóvski
uma nuvem de calças e liubliú
tradução de andré nogueira
editora medita
2013