Pousando no espelho os olhos serenos
não te encontrei ou procurei atento
quem ultrapassa a mão pelos cabelos
onde passaremos o inverno?
quem abrirá a porta quando torno
à ternura do braço agora outro
pesado e mais antigo no contorno
de quem também voltou mas volta novo?
os olhos repousam calando nos olhos
a justa memória de cada abandono
são retinas cegas no espelho sem fundo
já nada reflectem perderam o rosto.
tereza balté
horizontes portáteis
editorial inova
1977
não te encontrei ou procurei atento
quem ultrapassa a mão pelos cabelos
onde passaremos o inverno?
à ternura do braço agora outro
pesado e mais antigo no contorno
de quem também voltou mas volta novo?
a justa memória de cada abandono
são retinas cegas no espelho sem fundo
já nada reflectem perderam o rosto.
horizontes portáteis
editorial inova
1977